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BRUNO CAPINAN APRESENTA SHOWCASE NO FOLK ALLIANCE INTERNACIONAL!

Após sua breve passagem pelo Brasil, o baiano Bruno Capinan inicia seus movimentos estando confirmado para alguns festivais e locais na Europa e Canadá e nesse dia, 04 de fevereiro, o artista realiza um showcase oficial na Folk Alliance International, que acontece no Kansas/USA, marcando seu primeiro grande evento de 2023!

Organização voltada para a preservação da música popular, a Folk Alliance Internacional promove sua feira anual do dia 01 ao dia 05 deste mês, sendo o maior encontro mundial da indústria e comunidade da música popular/folclórica, e onde estaremos muito bem representados por Bruno Capinan.


Nos últimos seis anos, Bruno Capinan consolidou sua carreira no cenário musical brasileiro e mundial, nomeado duas vezes para melhor álbum em 2019/2020 pela APCA (Associação dos Críticos de Arte de São Paulo) e ganhando importantes prêmios como o Toronto Arts Foundation Telus Newcomer Award no Canadá em 2014.

Bruno Capinan serve sua geleia geral em álbum que junta 3 gerações e promove a liberdade de expressão

Originalíssimo de Salvador, o artista, que há 20 anos vive no Canadá, remete à pura essência baiana. Aliás, no caso de Capinan cabe a máxima, ele saiu da Bahia, mas a Bahia não saiu dele. Ainda bem! É quase seguro dizer que a Bahia é o que há de melhor no artista: suas referências, sua inspiração, seu norte, seu apego, afetos, desafetos, sua verdade.


Um certo 'je ne sais quoi' que remete a Caravaggio, luz e sombras, espiritualidade e mundanismo, uma poderosa e visível força, complexa, política, temporal, engajado e, ao mesmo tempo, livre. Descrever o trabalho de Bruno Capinan é uma tarefa prazerosa, especialmente quando seus ouvidos estão presos à voz do artista, a sua musicalidade genuinamente gostosa.


Aclamado como neo tropicalista (why not?), ‘Tara Rara’ traz 11 faixas. O álbum, 100% autoral, vem sendo muito bem recebido pela crítica internacional, sendo destaque em jornais da França e do Canadá. Sonoridade dançante, escancaradamente debruçada em suas raízes, mas com uma pegada contemporânea, uma a uma, as composições entregam arranjos sofisticados, percussão de primeira (leia-se, brasileiríssima) e, claro, “a voz”.


Descrita como acrobática, sensual e, ao mesmo tempo, angelical e profana, a voz de Capinan é um dos seus grandes atributos. Tal como uma sereia, a voz do artista, especialmente aliada com sua performance no palco, hipnotiza, nos transporta para um outro lugar, numa experiência quase mitológica.

‘Sou sulamericano, eu sou de São Salvador, a Bahia já me deu e ninguém pode tirar’. Impossível discordar desse enunciado, da voz afirmativa que entrega sua verdade em cada composição. É interessante notar, no entanto, que foi no Canadá, país escolhido pelo artista por sua reconhecida tolerância nos mais diversos campos, que o artista se viu em condição de vivenciar a sua verdadeira essência.


Como gay e preto, Bruno Capinan teve sua vida no Brasil, país com um dos maiores índices de violência contra a população LGBTQI+ no mundo, bastante permeada por episódios de discriminação e cerceamento de sua liberdade. Assim, foi no Canadá, em contato com uma realidade muito mais inclusiva e menos opressora que ele pode seguir sua trajetória artística de forma mais plena, inclusive se beneficiando de trocas com artistas canadenses e de outras partes do mundo.


A partir de seu olhar, de exilado, o compositor pode, segundo ele mesmo, ver o Brasil em “zoom”. Dessa observação, quase cirúrgica do país, surgiu o desejo de mergulhar cada vez mais fundo em sua cultura, suas raízes, de explorar e traduzir esses sentimentos para contexto de estrangeiro onde está inserido. Aliás, não por acaso, Albert Camus e James Baldwin são algumas, entre muitas, referências literárias do artista que ressignificou a si mesmo como um estrangeiro.


Viver fora, mesmo com todos os desafios enfrentados no início, incluindo trabalhar como garçom, vendedor e faxineiro em busca de sobrevivência enquanto tentava se consolidar como músico valeram a pena. Sua obstinação com a música o motivou a suportar todos os sacrifícios, a saudade, a ausência do sol da Bahia.


Em troca, o artista foi fazendo mais e mais conexões, experimentando novas texturas literárias e musicais, como o autor e músico canadense Leonard Cohen, Joni Mitchell, Neil Young, Feist e tantas outros artistas que passaram a fazer parte do imaginário de Capinan.


E, com isso, lá se vão doze anos de uma carreira consolidada, com seis álbuns lançados e apresentações pelas Américas, Europa, África e Ásia entregando para o público um trabalho genuíno. Tendo como matriz o samba, a sonoridade do artista percorre o tropicalismo, se aventura pelo jazz e segue, pelo mundo, cheia de desejo de experimentar. Sem querer se desvencilhar de suas origens, mas sem abrir mão de traçar seu próprio caminho, Bruno Capinan transita num universo que criou para si mesmo.


Um a um, os seis trabalhos de Capinan vem contribuindo para dar ainda mais sentido e corpo a esse universo. “Gozo” (2010), “Tudo Está Dito” (2014), “Divina Graça” (2016), responsável por trazer grande visibilidade internacional, com direito a menções no jornal britânico The Guardian e no francês Libération, “Real” (2019) e "Leão Alado Sem Juba” (2020) e, agora, “Tara Rara”. Trazendo diferentes mensagens, associadas ao contexto em que foram lançados, o fio condutor da obra de Capinan é, nada menos que a sua própria brasilidade, em música e prosa.


Iluminada pela maioridade pessoal e artística, as referências de vida de Capinan são escancaradas no último disco. A faixa “Qualquer Lugar” ilustra bem isso. Escolhida como primeiro single, a composição revela o desejo do artista por paz, acolhimento e liberdade de ser quem se deseja. Gravado num cenário de sonho, na Chapada Diamantina, o clipe ficou com o título de best audience impact (melhor impacto de audiência) da premiação norte-americana MVawards.


Exibindo a história de amor entre dois homens pretos, a faixa, assim como todo o álbum, representa, ainda, uma provocação ao atual projeto político em poder no Brasil. Sendo produzido durante um período marcado pelo cerceamento de liberdade e constantes investidas no desmantelamento da cultura nacional, ‘Tara Rara’ surge como uma voz de resistência. “Foram anos de sofrimento, lidando com forças que tentaram anular nossa cultura, então não podia mais calar, quis expor minhas referências, minhas raízes, partir para a ação", diz Capinan.


Assim, revisitando suas referências, sem filtro, Capinan se mostra inteiro, se oferecendo como um artista que está em paz consigo mesmo e, pode, desta forma usufruir de todas as possibilidades artísticas que o convem, ou melhor, que lhe agradam.


A escolha da paranaense Vivian Kuczynski, na época com 17 anos, responsável pela produção de Tara Rara, é uma delas. “Queria explorar o potencial de 3 gerações juntas, permitindo a intersecção entre gêneros e pensando até em promover uma antropofagia musical”, contou o artista.


Foi assim que, baseado em sua intuição, ele apostou em juntar o ritmista carioca Marcelo Costa – que já trabalhou com Lulu Santos, Caetano Veloso, Adriana Calcanhotto e Maria Bethânia – , representante da geração predecessora a sua, ao seu contemporâneo e parceiro de longa data Bem Gil, responsável pelos violões e a uma orquestra de músicos LGBTQI+, diretamente de Toronto.


Desta forma, compondo sua própria geleia geral Bruno Capinan vai se firmando como um artista baiano/ canadense e, sobretudo, libertário e plural.

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